Ceres: SINPAF cobra resultados dos planos de previdência complementar da Embrapa

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O presidente do SINPAF, Julio Guerra, participou de reunião na Fundação de Seguridade Social – Ceres para tratar da saúde financeira dos planos de previdência complementar da Embrapa. A preocupação do presidente se deve a problemas recentemente enfrentados com fundos de pensão de outras estatais, como é o caso do Postalis – da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e do Serpros – do Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpro.

O diretor superintendente da Ceres, Wenceslau J. Goed, descartou no encontro que a Fundação enfrenta problemas com os planos de previdência complementar, em especial, os da Embrapa, devido os dois anos de um cenário econômico brasileiro muito ruim. “Apesar disso, os planos da Embrapa estão equilibrados e não há com o que se preocupar. Um deles está superavitário e o outro está deficitário em 0,1%, o que é muito pouco”, afirmou.

De acordo com Wenceslau, notícias divulgadas em veículos de comunicação nas últimas semanas, como a matéria do Estado de S. Paulo intitulada “Ajuste necessário nos fundos de pensão estatais”, não tem nada a ver com a Ceres e com o plano da Embrapa. “A pancada foi no Postalis, mas a mídia está colocando como se os outros planos estivessem na mesma situação. E isso não é verdade”, explicou.


Nota da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), desta segunda-feira (30), também afirma que as notícias “generalizam críticas ao Sistema como um todo tendo como base situações específicas”. A Abrapp destaca que o modelo brasileiro é reconhecido internacionalmente como um sucesso tanto em relação à governança e regulação quanto ao cumprimento das metas atuarias. Veja aqui a nota.

Investimentos e rentabilidade dos planos da Ceres – O encontro foi realizado na sede da entidade, em Brasília/DF, e contou ainda com a presença do diretor de Investimentos, Dante Scolari e do diretor de Seguridade, José João Reis. Na oportunidade foi apresentado ao presidente do SINPAF o desempenho dos investimentos e a rentabilidade dos planos em 2014.

O diretor de Investimento, Dante Scolari, esclareceu que o último déficit que a Ceres teve foi em 2000, há 15 anos. “A nossa política é toda orientada pelo passivo atuarial, o que temos que pagar até o último beneficiado de todos os planos. Utilizamos uma série de gestão estratégica para isso. Sempre temos superávit no plano, de maneira que não precisamos repassar a conta. Os resultados dependem de vários cenários nacionais e internacionais da economia. Dependem também do cenário do passivo, ou seja, do que acontece com a massa de participantes”, informou.

Segundo Dante, o ano de 2013 foi ruim e o de 2014 foi pior ainda. Ele explicou que a expectativa de rentabilidade é influenciada por diversos índices econômicos. “Em 2014, tanto o cenário externo quanto o cenário doméstico foram muito ruins: economia com baixo desempenho, inflação acima da meta, a produção industrial estagnou, as famílias estão endividadas, os empresários não estão investindo, o real foi depreciado, as exportações caíram, os juros cresceram”, analisou.

Diferentes seguimentos de aplicação – O diretor de Investimentos ainda destacou que cada conjunto de planos tem uma política de investimento com alocação em diferentes seguimentos de aplicação como renda fixa, renda variável (ações), investimentos estruturados, operação de participantes, entre outros. “Para cada variável a gente tem uma expectativa de rentabilidade. A taxa de juros influencia, o câmbio, a inflação, a percepção do risco, o crescimento real do salário da Embrapa influencia também porque aumenta o passivo”, disse.

Conforme Scolari, de um ano para outro, a Ceres reduziu as aplicações em renda variável e aumentou as de renda fixa, cuja rentabilidade é exclusivamente pré-fixada. “Mais de 75% dos investimentos da Ceres como um todo é em renda fixa, sendo que 60% dos fundos de renda fixa são títulos públicos federais (LTN e NTN), títulos soberanos e de longo prazo (25 a 30 anos)”, afirmou.

Sobre a Ceres e números – A Ceres é um fundo de pensão (entidade fechada de previdência complementar) criado para administrar planos de benefícios complementares ao da Previdência Oficial. A entidade sem fins lucrativos foi criada em fevereiro de 1979 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela extinta Embrater para administrar os planos de benefícios complementares.

Os recursos arrecadados com as contribuições das empresas patrocinadoras e dos participantes são aplicados no mercado financeiro, visando o crescimento do patrimônio, o que garante o pagamento das complementações da aposentadoria. O princípio é o mesmo de uma cooperativa, onde todos contribuem para garantir benefícios individuais de forma mais barata.

A Ceres administra um total de 17 planos, sendo que dois deles são da Embrapa (Plano Básico e FlexCeres). Atualmente o Plano Básico conta com 3.690 participantes e 4.011 assistidos e o Plano FlexCeres possui 4.371 participantes e 65 assistidos. Em fevereiro de 2015 o ativo total da entidade contabilizou R$ 4.593 bi.

Fonte: Diretoria de Imprensa

2015-04-04

10:48:34

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