Entrevista com Nílson Carrijo sobre a impugnação da Chapa 3

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Nilson, qual o motivo da DN do Sindicato impugnar sua chapa?

O Carlos Henrique Garcia tem receio de perder a eleição. Ele fez uma péssima gestão, juntamente com a Guiomar da Codevasf (Administradora Financeira do Sindicato). Foi Guiomar que impugnou nossa chapa e recebeu apoio do Elias Moura (presidente da Comissão Eleitoral), que nem no sindicato poderia estar ocupando cargo, pois teve contas rejeitadas. Nos últimos anos perdemos vários direitos trabalhistas e a tendência é piorar, o sindicato não consegue dialogar com a Embrapa.

O mérito dos processos de anulação das eleições já foi julgado?

Não, nenhuma ação foi julgada. O mérito ainda não foi julgado nas ações que pedem a anulação das eleições. Os juízes entenderam que os processos dependem de dilação probatória, ou seja, que não eram casos de concessão de tutela antecipada. A DN e a CEC fazem matérias direcionadas, sem contar a verdade para os filiados. Utilizam do sistema do próprio sindicato para fazer propaganda para as outras chapas. Enviaram para o empregado uma decisão de indeferimento (pedido de reconsideração de liminar) como se fosse a decisão final do processo.

Qual a justificativa jurídica para impugnarem a Chapa 3?

Nenhum motivo, justificam que foi por conta de uma cláusula de gênero. Nos formulários não existia campo para preenchimento de gênero. Todavia, tenho certeza que os tribunais vão anular estas eleições. O Carlos confia nos recursos processuais e na morosidade da justiça para se manter no poder, sabe que se interpor vários recursos, até o julgamento destes, estará na direção do sindicato.

Eles tem motivos para impugnar a chapa Raízes (Oposição)?

O Carlos e o Elias são antidemocráticos, a tendência é que esta eleição do sindicato termine no tribunal. As outras duas chapas que concorrem às eleições não possuem propostas para o sindicato, resumem-se a frases esparsas e sem nexo. A atual gestão do sindicato não gosta de trabalhar nas unidades descentralizadas, utilizam do sindicato como “cabide de emprego”.

A Chapa 2 utilizou a estrutura da Diretoria Nacional para impugnar vocês?

Um batalhão de advogados pagos com recurso do filiado para impugnar nossa chapa. Pense, nós da Chapa 3 somos todos filiados. Temos um projeto de propostas para o SINPAF, de mudança de paradigmas. Como é possível conceber que nossas mensalidades estão pagando advogados para nos retirar do pleito, ou seja, uma enorme contradição. Eu sou filiado e contribuo mensalmente para um sindicato que contrata advogados para cercear meu direito democrático de ser eleito, de apresentar candidatos honestos, de reunir pessoas que gostam de trabalhar.

Qual o futuro do SINPAF para o senhor?

Com o PDI (Plano de Demissão Incentivada) e a redução do orçamento da Embrapa, a tendência é fechar em uma nova gestão do Carlos Henrique Garcia. É no mínimo lamentável. Um sindicato que deveria ser forte, tal como os de outras estatais, é incompetente e partidário. Eles não tem projeto de gestão, muito menos de melhorias para o sindicato. Vivem no telefone com presidentes de centrais sindicais e esquecem do filiado que cotidianamente precisa de assistência judiciária, eles burlam tudo que foi concebido para o sindicato na Constituição da República: uma associação para a defesa de direitos trabalhistas, previdenciários e administrativos.

O senhor acha que a Chapa 3 ainda pode ser eleita?

Espero que sim, apesar de nossas liminares terem sido negadas. Lamentaria muito uma vitória do Carlos Henrique e da Guiomar. O Carlos Henrique não possui nenhum perfil sindical, não tem trânsito na Embrapa, apresenta imensa dificuldade para entender as coisas, é limitado. Quem verdadeiramente comanda o SINPAF é a Guiomar da Codevasf. Se a Embrapa não votar em peso contra o Carlos e seus desmandos, apesar de todos os absurdos cometidos, ele pode vencer as eleições uma vez que a Codevasf vota em peso com a Guiomar. Ao longo dos anos eles construíram feudos, principalmente nos distritos de irrigação. Estes distritos possuem os votos bastante direcionados pelo clientelismo e pequenos favores, infelizmente.

Qual o motivo desta possível votação da Guiomar na Codevasf?

Clientelismo, favores e mais favores com o caixa do sindicato. Ela vai completar 15 (quinze) anos fazendo pequenos favores, não para os empregados, mas para os dirigentes.

Como o senhor se sente tendo sido impugnado pela própria diretoria do sindicato?

Sinto-me triste. Temo pelo SINPAF e pela Embrapa. O SINPAF merecia gestores mais comprometidos com o filiado, mais comprometidos com o trabalho e que respeitassem conceitos morais mínimos. Não há como construir uma boa gestão sem respeito ao próximo, sem respeitar a instituição e o filiado. O que existe no SINPAF é um grupo que para se manter no poder se utiliza do poder econômico do sindicato para manobrar os acontecimentos. A Embrapa passará por uma imensa crise no próximo ano e precisávamos do sindicato forte para negociar com o governo.

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