Dirigentes questionam Sonisley sobre a Casembrapa

Jurídico

Dirigentes sindicais do SINPAF (diretores nacionais, regionais e seções sindicais) reunidos nesta quinta-feira (5/2), em Brasília, questionaram a direção da Casembrapa (Caixa de Assistência dos Empregados da Embrapa) sobre procedimentos abusivos de cobrança, expulsão de associados e diversos outros problemas sofridos pelos trabalhadores da empresa pertinentes ao plano de saúde.

Participaram da mesa de debates a presidente da Casembrapa, Sonisley Machado, o diretor Financeiro, Cássio Curi, o diretor de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do SINPAF e membro do Conselho de Administração da Casembrapa, Roberto Otoni Scaramello, e o vice-presidente da FAEE (Federação das Associações dos Empregados da Embrapa), Carlos Alberto Honorato.

O presidente do SINPAF, Julio Guerra, esclareceu que estavam reunidos representantes de cerca de 40 Seções Sindicais e, mesmo que a discussão fosse cansativa, todos precisam expor suas angústias. “Ou corremos o risco de ficar em uma situação de monólogo. Queremos ser prepositivos e acredito que é necessário fortalecer o plano nas bases para que não tenha tanto desgaste”, alertou.

Na ocasião, a presidente Sonisley Machado reconheceu que alguns problemas foram ocasionados por falta de organização da própria Operadora. “O nosso maior desafio tem sido a comunicação chegar ao associado. Os endereços não estavam atualizados e, por isso, os boletos não chegavam”, afirmou.

Sonisley não descartou a possibilidade de novo aumento do plano, mas não indicou índices de reajustes. No momento não falou em valores, mas já avisou que precisa colocar “as contas em dia”.

Inadimplentes e expulsões

Sonisley fez uma meia culpa e disse que o número de inadimplentes tem caído. “Quando assumi, o plano estava falido. Definimos com a empresa de cobrança o direito de dividir o parcelamento em 12 vezes. Não estamos querendo prejudicar o associado, muito pelo contrário, queremos resgatar o máximo de trabalhadores possíveis. Mas não adianta ter gente que não paga. Vamos avisar por 90 dias e depois vamos expulsar, pois não dá para sustentar o plano. Se nem todos pagam, não vamos ter receita”.

De acordo com a presidente da Casembrapa, o número de inadimplentes caiu de 6 mil para pouco mais de mil associados em dois anos. “Atualmente temos 287 excluídos, 1308 suspensos e estamos analisando caso a caso”, ressaltou. Ela informou que o Conselho Fiscal vai preparar um parecer para disponibilizar no site com todas as especificações.

Juros e parcelamentos

Sonisley comentou que a cobrança de juros está prevista no Regulamento da Casembrapa, mas a medida só começou a ser aplicada a partir de janeiro deste ano. “Juros de 1 ao mês não é abusivo para parcelamento. A dívida integral estamos permitindo pagar sem juros e sem multa”, complementou o diretor Financeiro, Cássio Curi.

Cobrança em duplicidade

Os representantes do plano de saúde informaram que a questão da duplicidade de cobranças hoje está em 2 e garantiram que os valores são restituídos. “Enviamos a cobrança pela folha da Embrapa, pois se o Siape não descontar, a Casembrapa não tem outro retorno. O extrato por e-mail diz tanto o que vai ser cobrado, como o que foi cobrado, portanto, mesmo com o parcelamento pode aparecer saldo devedor no extrato até que a dívida seja completamente quitada”, explicou Cássio Curi.

Questionamentos dos representantes do SINPAF

Diretores nacionais, regionais e presidentes de Seções Sindicais do SINPAF fizeram diversas críticas e questionamentos relativos ao plano de saúde. Além disso, apresentaram sugestões de melhorias e falaram da necessidade de maior participação do Sindicato.

O diretor regional Norte, Divonzil Gonçalves Cordeiro, destacou que o Conselho de Administração é responsável pela maioria das negociações. “Precisamos aumentar a transparência dessas reuniões para que o SINPAF possa participar efetivamente desse processo”, analisou.

Adalberto Nery, da Seção Sindical Pará, questionou a qualidade da prestação de serviços. “Sei que não foi na gestão de vocês, mas na minha Seção houve caso de gente quase morrendo na porta do hospital. A Embrapa prega qualidade, mas cadê essa qualidade? O plano de saúde é para isso”, criticou.

Já o representante da Seção Sindical Agrobiologia, Itamar Garcia, disse que a culpa não pode ser só do associado. “Essa dívida foi crescendo ao longo do tempo e não é culpa dos associados. Houveram erros. Como essas pessoas vão quitar essa dívida? Me sinto num fogo cruzado, já que não tenho esta resposta”, desabafou.

Outro alerta foi feito por José Alves, da Seção Sindical Roraima. “O plano pode estar encarecendo por uso indevido e irregularidades do mercado”. Alves sugeriu também mais agilidade na emissão das carteiras.

Durante esses dois dias, 4 e 5 de fevereiro, os dirigentes sindicais do SINPAF discutiram os principais problemas da Casembrapa e, principalmente, a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho – (ACT) 2015/2016 da Embrapa. O texto consolidado será entregue a base para que seja aprovado e posteriormente apresentado à empresa.

Diretoria de Divulgação e Imprensa

19:22:38

2015-02-06

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