Pré-candidato do nanico PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro disse que 60 deputados federais de diferentes partidos apoiam sua candidatura. Ele citou o colega de parlamento Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como articulador desse grupo. O número deverá chegar a 100 até o fim da eleição, afirmou.
Bolsonaro fez uma apresentação num evento com presidenciáveis organizado pela Unica, entidade que reúne produtores do setor de cana em São Paulo. Ao longo de sua fala, o pré-candidato falou de vários temas sem uma ordem aparente.
Ao falar sobre como governaria, disse que não quer continuar fazendo “a política do toma-lá-dá-cá” em que “tudo é resolvido nos porões dos palácios”. “Se é para fazer a mesma coisa, tô fora”, afirmou.
Em outro trecho, o pré-candidato afirmou que terá muitos militares em seu ministério caso seja eleito. “Outros governos tiveram terroristas e corruptos e ninguém fala nada”, afirmou. Ele prometeu colocar um militar da Aeronáutica no Ministério da Ciência e Tecnologia. Citou o astronauta Marcos Pontes para a pasta.
No meio de sua apresentação, Bolsonaro lembrou que foi o autor da lei que estabelece impressão de voto na urna eletrônica, norma derrubada dias atrás pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado citou isso para contrapor a ideia de que teve desempenho fraco na Câmara dos Deputados.
Bolsonaro defendeu um governo “com a menor interferência possível do Estado”. “Não procurei o senhor Paulo Guedes [economista de viés liberal] para ser meu cartão de visita”, afirmou. Apesar disso, sustentou que “não podemos abrir nossas terras agricultáveis e vender para outros países”. Citou especificamente “a China, com 1,4 milhão de habitantes”. “Estão comprando o Brasil.”
A um público de produtores do campo, disse que sente “saudade da Embrapa de Emílio Garrastazu Médici”, general que presidiu o Brasil na ditadura dos anos 70.
Questionado sobre a greve dos caminhoneiros, afirmou que o governo falhou por não ter conseguido se antecipar ao movimento. Criticou também a política de preços da Petrobras que gerou descontentamento dos caminhoneiros. “Tem de deixar o mercado fluir por si só, agora não posso concordar com o reajuste diário do combustível.”
Bolsonaro também criticou o encaminhamento do governo para a crise. “O tabelamento do frete: eles [os caminhoneiros] procuram um frete mínimo. O problema que o governo fez: inflou o mercado com crédito para se comprar caminhões. Chegou a esse ponto. Tem oferta no mercado de caminhões, o preço vai lá para baixo. O tabelamento é a pior coisa possível. O governo consegue tomar uma decisão errada atrás da outra.” Ele reclamou ainda do que chamou de “indústria da multa” que penalizaria os profissionais do ramo de transporte.
O deputado mencionou uma viagem recente que fez para Israel e defendeu a ampliação do porte de armas.
Fonte: Valor Econômico