O QUE É O DEDO-DURO?

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O que significa delatar? Não é o mesmo que denunciar e nada tem a ver com o modismo vindo do inglês “deletar”, muito comum no uso do computador. O delator é alguém que acusa pessoas indevida ou exageradamente, com o intuito único de prejudicá-la. Ele é movido por sentimentos baixos como a inveja, a competição ou pelo desejo de ganhar algo que não conquistaria por vias normais, dado não ser competência o bastante. Psicologicamente, estamos falando de uma figura massacrada por uma terrível visão de si mesmo ou, como se observa muitas vezes, acometida por fraquezas mentais sérias que se arrastaram ao longo de anos.

Já um denunciante é bem diferente. Ele pode até ser visto como útil para a sociedade pelo fato de apontar pessoas de mau comportamento social e que, pelo senso comum, devem ser punidas mesmo.

Você já deve ter ouvido falar em Joaquim Silvério dos Reis, personagem da dramática história de Tiradentes, o mártir da Independência do Brasil. Ele foi um delator.

Outro grande traidor na história do Brasil é Domingos Fernandes Calabar, um senhor de engenho da capitania de Pernambuco que, por volta de 1600, ignorou um acordo que tinha com Portugal e aliou-se aos holandeses que invadiram o Nordeste. Por ambição, desejo de alguma recompensa dos invasores e tendo grande convicção de que estes seriam vitoriosos, supôs que aqueles colonizadores trariam maior progresso à terra que os portugueses. Calabar traiu seus antigos aliados de Portugal. Como conseqüência, foi tratado como o mais vil dos súditos do reino, sendo punido com a morte. Foi garroteado e esquartejado. Suas partes foram expostas na paliçada da fortaleza, demonstrando a quem mudasse de lado o destino que lhe estava reservado.


O delator sempre entra para a história como uma figura infame e, pensando bem, faz por merecer, pois, toda delação é falso e infiel. Esta figura é também chamada de alcagüete ou dedo-duro.

O dedo-duro está presente em todas as situações da vida, desde a infância. Mas é na infância que se deve educar sobre como proceder para que isto não se torne uma prática de visão vantajosa.

A expressão “dedo-duro” remete à idéia de uma pessoa apontando o dedo para a outra em condição de acusação e define um indivíduo que conta para uma ou mais pessoas o que testemunhou ou ouviu falar de alguém ter cometido um ato qualquer que não deveria ser revelado.

Na empresa, o dedo-duro invariavelmente será ou um bajulador do chefe ou um interesseiro que enxerga nos deslizes de alguém a oportunidade de depreciá-lo e, desta forma, conquistar a confiança dos superiores. Ele delata as pessoas com o fim de benefíciar-se de sua visão e audição privilegiadas. Quando questionado sobre suas razões, ele irá enaltecer a empresa e nomear-se um defensor de princípios éticos, morais ou sociais. Mas, via de regra, é motivado por desejos de auto-projeção ou benefícios individuais.

O que se deve fazer ao presenciar atitudes que ferem procedimentos ou princípios no ambiente de trabalho? O melhor é manter uma conversa privada com quem errou e lembrá-lo da regra que está sendo infringida. Isto será importante para ambos. Para o observador, por estar ajudando um colega a melhorar seu desempenho. Para a pessoa que errou, por ser uma advertência desinteressada, o que permitirá aumentar a conexão de confiança com o colega em questão. Havendo persistência no erro, teimosia ou pirraça, aí, sim, faz-se cabível uma denúncia aos superiores.

Finalmente, resta apenas salientar o ponto intocável em toda esta situação. Infrações de caráter ético exigem denúncia imediata. O cuidado deve ser concentrado sobre a certeza do fato, as provas e o método de levantamento, já que há situações em que o próprio denunciante pode acabar envolvido por conseqüência dos meios utilizados.

Fonte: Profissão atitude

11:12:34

2017-09-25

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